domingo, 11 de julho de 2010

Subindo a montanha...


Muitas coisas importantes acontecem na vida da gente, mas existem algumas que acontecem de maneiras que ainda me são misteriosas porque são desencadeadoras de outros eventos e de mudanças radicais no nosso interior. No meu caso, a que mais se enquadra nesse perfil, foi minha ida ao Peru, mais precisamente a Cuzco e Matchu Picchu, porque fui tocado profundamente pela beleza e pela energia que permeia aquele lugar. Ali existiu, e de certa forma ainda existe, um povo que cultivou valores e conhecimentos profundos sobre a natureza, e sobre o nosso papel no universo.
A Nação Inka foi um belo exemplo de um povo que aprendeu a respeitar a natureza, e com humildade dividiam seus recursos numa rede de abastecia milhões de pessoas na época.
A palavra Inka (em Quichua, lingua nativa deles) tem muito a ver com o sagrado, isto é, aquele que tem o sagrado dentro de si.
Lá eu pude experimentar essa conexão profunda com a natureza e comigo mesmo.
Já tive oportunidades de fazer parte de grupos de estudo e meditação, e sempre busquei minha espiritualidade de várias maneiras, indo aonde minha intuição me levava, e nessa viajem que aconteceu de forma um pouco inesperada, parece que já estava escrito nas estrelas.
Me lembrava muito daquele livro da Shirley Maclaine em que ela passou por momentos tão marcantes. Não encontrei nenhum Et por lá, mas com certeza acho que "eles" deveriam estar por perto, de alguma forma, sei lá.
Fizemos rituais fantásticos, como um ao nascer do Sol em Matchu Picchu, num frio danado, mas o coração quente, me sentindo vivo como nunca, percebendo cada pedra daquelas dentro de mim, imaginando as pessoas que viveram ali, e como viviam, naquele cenario, naquela quietude, com as Estrelas a vigiar a noite e o Sol de dia, dando toda a energia e alimentos que eles precisaram durante seculos a fio, não somente ali na cidadela, mas em todo o Imperio. Era uma nação prospera sem duvida, de primeirissimo mundo, com certeza. Algo que mesmo sem a sofisticação que temos hoje em dia, daria inveja a muitos governantes modernos.
Pude ir tomar os famosos banhos termais a noite, gelado também ,rss , mas que em 15 minutos deixava o corpo todo dormente. Fizemos ai também uma vivência em grupo, de energização pra mim bem profunda, com aquele céu salpicado de estrelas e no meio de uma floresta semi-amazônica, meio andina.
Muitos outros lugares estivemos, como Sacsayhuaman com suas pedras monumentais. Outro ritual maravilhoso foi feito lá.


É difícil explicar em palavras, exatamente o que aconteceu naqueles dias. Muitas pessoas vão lá, conhecem todos aqueles lugares, tiram fotos e tal, mas no meu caso, eu senti ali uma conexão com algo maior, atemporal, uma essência que de alguma forma tem muito a ver comigo, com aquelas montanhas e com aquela gente.
Depois daquela semana iniciática e maravilhosa, cheia de aberturas de portais dentro de mim mesmo, eu retornei ao Rio de Janeiro de alma lavada e assim fiquei durante mais de um ano.
Me sentia como se estivesse conseguindo ver novamente, ver com os olhos do espírito, meus sentimentos, meus sonhos e aspirações de vida, enfim, me senti muito mais centrado do que não sentia a mais de uma década. Já havia me envolvido em outras vivências de grupos, como mencionei anteriormente, a vários anos antes dessa viajem, mas parece que não estava muito preparado para receber o que recebi dessa vez, e considero isso o inicio de um processo fantástico que tem ocorrido comigo desde então. Espero que aqueles que puderem ter uma oportunidade desse tipo, que não deixem passar. Parece que já é época, e o planeta, o universo, tem nos colocado em caminhos onde estamos recebendo esses presentes de Deus. Saibamos recebê-los.

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